Introdução
Segue a seguir um breve resumo e transcrição
desenvolvido através do livro de Genética Medica, sobre Heranças Autossômicas
Dominante e Recessiva encontrada no capitulo 4, como também Heranças ligadas ao
Sexo capitulo 5 paginas 104 à 115 e Citogenética Clinica: A base Cromossômica
das Doenças Humanas capitulo 6 paginas 123 à 138.
Heranças Autossômicas Dominante e
Recessiva
Genéticas
importantes e bem compreendidas são o resultado de uma mutação em único gene,
existe mais de 14.000 características conhecidas de gene único, ou monogênicas,
definidas ate hoje nos seres humanos, mais de 13.000 estão localizadas nos
autossomos, 788 estão localizadas no cromossomo X e 43 no cromossomo Y, em
muitos casos esses genes foram mapeados em locais específicos do cromossomo,
clonados e seqüenciados.
Conceitos básicos de Genética Formal
Características
monogênicas são também conhecidas como mendelianas, alusão a Gragor Mendel, ele
estudou sete características na ervilha cada uma das quais é determinada por um
único gene, entendeu atributos como altura e formato dos grãos. Compreendendo
que a variação é causada pela presença de diferentes alelos em loci
individuais, levando a dois princípios básicos.
O
primeiro principio da segregação, onde organismos que se reproduzem sexualmente
possuem genes que ocorrem em pares e que apenas um membro desse par é
transmitido à prole, os genes permanecem intactos e distintos. O segundo é o
principio da distribuição independente, estabelece que genes em diferentes loci
são transmitidos independente.
Os
efeitos de um alelo podem mascarar os efeitos do outro, através de cruzamentos
entre ervilhas homozigotas para gene “alto” e plantas homozigotas para o gene
“baixo” produz apenas prole heterozigota, Mendel observou que a prole desses
cruzamentos era alta, reflete o alelo dominante e recessivo. O termo
“recessivo” deriva de uma raiz latina que significa “ocultar” e sua presença é
detectada somente quando ele ocorre na forma homozigota.
O
principio da segregação descreve o comportamento dos cromossomos na meiose, são
transmitidos como entidades distintas de uma geração para a seguinte.
Conceitos básicos de Probabilidade
É
uma parte importante da genética médica a avaliação do risco, probabilidade, é
definida como proporção de vezes que um resultado ocorre em uma serie de
eventos. Durante a meiose, um membro de um par de cromossomos é transmitido
para cada espermatozóide ou ovulo, a probabilidade de um dado membro de um dado
membro do par ser transmitido é ½, e a probabilidade de que o outro membro do
para seja transmitido é também ½.
O
principio da independência permite-nos deduzir dois conceitos fundamentais de
probabilidade, a regra da multiplicação e a regra da adição, na multiplicação
estabelece que se dois ensaios são independentes, então a probabilidade de
obtenção de um dado resultado em ambos os ensaios é o produto das probabilidade
de cada resultado, na adição estabelece que se quisermos saber a probabilidade
de um resultado ou outro, podemos simplesmente somar as probabilidades
respectivas uma à outra.
Freqüências Gênicas e Genotípicas
A
prevalência de muitas doenças genéticas varia consideravelmente de um população
para outra, os conceitos de freqüência genotípica e freqüência gênica nos
ajudam a medir e a entender a variação populacional dos genes de doença.
Em
200 indivíduos em uma população para o grupo sanguíneo MN, codificado por um
lócus no cromossomo 2, possui dois alelos principais, denominados M e N, os
efeitos de ambos os lelos podem ser observados nos heterozigotos, ditos como
codominantes: os heterozigotos podem ser distinguidos de ambos os homozigotos,
então qualquer um da população pode ter um dos três genótipos possíveis, ele
pode ser homozigoto para M (MM), heterozigoto (MN) ou homozigoto para N (NN),
na seguinte distribuição de genótipos: MM, 64; MN, 120; NN, 16. A freqüência
genotípica é obtida simplesmente dividindo-se a contagem de cada genótipo pelo
numero total de indivíduos. A freqüência aqui pode ser obtida pelo processo de
contagem direta. Especificam as proporções de cada alelo e cada genótipo,
respectivamente, em uma população. Sob condições simples, essas freqüências
podem ser estimadas por contagem direta.
Principio de Hardy-Weinberg
Supondo
união ao acaso em relação a seus genótipos nesse locus, reprodução aleatória
também é denominada panmixia, o genótipo não tem efeito na seleção do cônjuge. Esse
principio pode ser usado para estimar as freqüências gênica e genotípica quando
homozigotos e heterozigotos dominantes são indistinguíveis, é freqüentemente o
caso para doenças recessivas tal como a fibrose cística. Sob a panmixia, o
principio de Hardy-Weinberg especifica a relação entre freqüências gênicas e
freqüências genotípicas. Ele é útil na estimativa de freqüências genéticas a
partir de dados de prevalência de doenças e na estimativa de incidência de
portadores heterozigotos de genes de doenças recessivas.
Conceito de Fenótipo
O
termo “genótipo” foi definido como a constituição genética de um individuo em
um lócus. O fenótipo é aquilo que na realidade é observado fisicamente ou
clinicamente, não correspondem unicamente aos fenótipos, resulta da interação
do genótipo com o ambiente. Indivíduos com dois diferentes genótipos, um
homozigoto dominante e um heterozigoto, podem ter o mesmo fenótipos em
diferentes ambientes.
Estrutura Básica do Heredograma
O
heredograma é uma das ferramentas mais comumente usadas na genética medica, ilustra
as relações entre membros de uma família, e mostra quais os membros da família
que são afetados ou não-afetados por uma doença genética.
Herança
Autossômica Dominante
Características da Herança Autossômica
Dominante
Doenças
autossômica dominantes são vistas aproximadamente em 1 a cada 200 indivíduos,
por esta razão o casamentos entre dois indivíduos que são ambos afetados pela
mesma doença autossômica dominante são incomuns, filhos afetados são produzidos
pela união de um genitor normal com um heterozigoto afetado. A herança
autossômica dominante é caracterizada por transmissão vertical do fenótipo da
doença, ausência de salto de geracos e números aproximadamente iguais de homens
e mulheres afetados, a transmissão de pai-filho pode ser observada.
Riscos de Recorrência
O
risco de recorrência de um distúrbio autossômico dominante é 50%, devido À
independência, esse risco permanece constante, não importando quantas crianças
afetadas ou não afetadas tenham nascidas.
Herança Autossômica recessiva
São
raras como doenças autossômicas dominantes, heterozigotos portadores de genes
de doenças recessivas são muito mais comuns do que os homozigotos afetados. Os
pais dos indivíduos afetados são normalmente,
ambos, heterozigotos portadores.
Características da Herança Autossômica
Recessiva
Na
herança autossômica recessiva é caracterizada pelo agrupamento do fenótipo da
doença entre irmãos, mas a doença não é vista usualmente entre os pais ou
outros ancestrais, um numero igual de homens e mulheres afetados é normalmente
visto, e a consangüinidade pode estar presente.
Riscos de Recorrência
O
risco de recorrência para doenças autossômicas recessivas é normalmente de 25%,
herança quase dominante, como um risco de recorrência de 50%, é vista quando um
homozigoto afetado se casa com um heterozigoto.
“Dominante” versus “Recessivo”: Alguns
Cuidados
Embora
a distinção entre doenças dominantes e recessivas não seja rígida, um alelo de
doença dominante produzirá doença em um heterozigoto, enquanto em alelo
recessivo não. Em alguns casos, uma doença pode ser herdada tanto de modo
autossômico dominante quanto de modo autossômico recessivo, dependendo da
natureza da mutação que altera o produto gênico.
Fatores que podem complicar os Padrões
de Herança
Os
padrões polidactilia pós-axial e albinismo são muito diretos, há doenças com
padrões mais complexos.
Mutação Nova
São
uma causa freqüente de aparecimento de doença genética em um individuo sem
historia familiar previa do distúrbio. O risco de recorrência para os irmãos
dos indivíduos é muito baixo, mas pode ser substancialmente elevado para a
prole do individuo.
Mosaicismo Germinativo
O
mosaicismo germinativo ocorre quando toda ou parte da linhagem germinativa de
um genitor é afetada por uma mutação de doença mas as células somáticas não
são. Isso eleva o risco de recorrência para a prole futura do genitor com
mosaico.
Penetrância Reduzida
A
penetrância reduzida descreve a situação na qual indivíduos que possuem um
genótipo causador de doença não desenvolvem o fenótipo da doença.
Penetrância Dependente da Idade
A
penetrância dependente da idade é observada em muitas doenças genéticas. Ela
complica dos padrões de heranças em famílias.
Expressão Variável
A
expressão variável de uma doença genética pode ser causada por efeitos
ambientais, genes modificadores ou heterogeneidade alélica.
Pleiotropia e Heterogeneidade
Genes
que exercem efeitos em múltiplos aspectos da fisiologia ou anatomia são
pleiotrópicos. A pleiotropia é uma característica comum dos genes humanos,
diz-se que uma doença que pode ser causada por mutações em diferentes loci em
diferentes famílias exibe heterogeneidade de lócus.
Imprinting Genômico
Alguns
genes de doenças podem ser expressos diferentemente quando herdados de um sexo
ou de outro. Isso é o imprinting genômico, esta associado com, e possivelmente
causado por, metilação do DNA.
Antecipação e Expansão de Repetição
Se
refere à expressão progressivamente mais precoce ou mais severa de uma doença
em épocas mais recentes. A expansão das repetições de DNA tem sido mostrada
como a causa da antecipação em algumas doenças genéticas, essas doenças podem
ser divididas em três categorias principais, dependendo do tamanho da expansão,
da localização da repetição, das conseqüências fenotípicas da expansão, do
efeito da mutação e do genitor no qual a grande expansão ocorre tipicamente.
Consangüinidade em Populações Humanas
Embora
seja relativamente rara em populações ocidentais, ela é muito comum em outras.
É possível quantificar a proporção de genes compartilhados por um casal de
parentes estimados o coeficiente de parentesco.
Consangüinidade e a Freqüência de
Doenças Recessivas
A
consangüinidade aumenta a chance de um casal ser portador de um mesmo gene de
doença, isso é visto mais freqüente em heredogramas envolvendo doenças
recessivas raras do que naqueles envolvendo doenças recessivas comuns.
Conseqüências da Consangüinidade para a
Saúde
No
nível populacional, a consangüinidade aumenta a freqüência de doenças genéticas
e a mortalidade, quanto maior grau de consangüinidade, maior o aumento.
Heranças Ligadas ao Sexo
Genes
ligados ao sexo são aqueles que estão localizados tanto no cromossomo X quanto
no cromossomo Y.
Heranças Recessiva Ligada ao X
São
varias doenças como hemofilia A, distrofia muscular Duchenne e daltonismo
vermelho-verde. Como as mulheres possuem duas copias do cromossomo X e os
homens possuem apenas um copia (hemizigose) ,
doenças recessivas ligadas ao X são muito mais comuns entre homens do
que entre mulheres.
A
herança recessiva ligada ao X é caracterizada por uma ausência de transmissão
pai-filho, “salto” de gerações quando os genes são passados através de mulheres
portadoras, e uma preponderância de homens afetados. Os riscos de recorrência
para distúrbios recessivos ligados ao X são mais complexos do que para
distúrbios autossômicos, o risco depende do genótipo de cada genitor e do sexo
da prole.
Como
a inativação do X é um processo ao acaso, algumas mulheres heterozigotas podem
experimentar inativação da maioria dos cromossomos X normais em suas células,
essas heterozigotas manifestantes são em geral levemente afetadas.
Heranças Dominante Ligada ao X
Doenças
dominantes ligadas ao X exibem padrões característicos de herança, elas são
cerca de duas vezes mais comuns e não é vista transmissão pai-filho.
A
Historia do x Frágil: A Genética Molecular Explicada um Padrão de Herança
Integrante
Desde
século XIX, tem sido observado que existe entre as instituições que cuidam do
retardo mental em excesso aproximado de 25% de homens, esse excesso é explicado
parcialmente por várias condições ligadas ao X que causam retardo mental. Ela é
herdada é caracterizada por uma aparência facial peculiar, com orelhas grandes
e face alongada. Das resoluções propostas para resolução desse paradoxo a
solução veio com a clonagem do gene da doença e a identificação de uma expansão
de repetição.
Herança Ligada ao Y
O
cromossomo Y possui algumas dezenas de genes, ou holândricos, forma
identificados, e incluem o gene que inicia a diferenciação do embrião em
masculino, vários genes que codificam fatores de espermatogênese
testículo-específicos e uma antígeno
secundário de histocompatibilidade(HY), com vários genes de manutenção e todos
possuem um homologo que escapa da inativação no cromossomo X, transmissão de
características ocorre estritamente do pai para o filho.
Citogenética Clinica: A base
Cromossômica das Doenças Humanas
Doenças causadas por alterações no numero ou
na estrutura dos cromossomos é citogenética, as anomalias cromossômicas são
responsáveis por uma proporção significativa das doenças genéticas. São causas
conhecidas que levam tanto ao retardo mental quanto à perda gestacional.
Tecnologia e Nomenclatura em
Citogenética
Nossa
capacidade de estudar os cromossomos foi melhorada pela visualização dos
cromossomos em metáfase, por soluções hipotônicas que causam o aumento do
volume nuclear e por técnicas de coloração que evidenciam as bandas
cromossômicas. Um cariótipo é a disposição dos cromossomos ordenados de acordo com o tamanho, dependendo
da posição do centrômero, um cromossomo pode ser acrocêntrico, submetacêntrico
ou metacêntrico.
Bandeamento Cromossômico
As
bandas cromossômicas ajudam a identificar cromossomos individuais e anomalias
estruturais nos cromossomos. As técnicas de bandeamento incluem quinacrina,
Giemsa, reverso, C e bandeamento NOR. O bandeamento de alta resolução, usando
cromossomos em prófase ou prometáfase, aumenta o numero da bandas observáveis.
Hibridização in situ com Fluorescência e
Hibridização Genômica Comparativa
A
hibridização in situ com Fluorescência(FISH) é uma técnica na qual uma sonda
marcada é hibridizada em cromossomos em metáfase, prófase ou interfase, a FISH
pode ser usada para testar material cromossômico ausente ou adicional, bem como
rearranjos cromossômicos, ela pode ser estendida com múltiplas cores para
detectar varias alterações possíveis do numero de cromossomos simultaneamente.
Diversas sondas podem ser usadas para retratar cada cromossomo com uma única
cor, facilitando a detecção de rearranjos estruturais. A técnica de hibridização
genômica comparativa (CGH), na qual DNA de fontes de teste e controle marcados
diferencialmente são hibridizados em cromossomos metafásicos normais, permite a
detecção de duplicações e deleções cromossômicas.
Anomalias do Numero de Cromossomos
Poliploidia
A
presença de um conjunto complexo extra de cromossomos em uma célula, as células
que possuem um múltiplo de 23 cromossomos são ditas como euplóides, a
triploidia (69 cromossomos) e a tetraploidia (92 cromossomos) são condições
poliplóides encontradas em humanos, a maioria das concepções poliplóides
abortada espontaneamente, e todas são incompatíveis com a sobrevivência a longo
prazo.
Aneuploidia Autossômica
As
condições aneuplóides consistem principalmente de monossomias e trissomias,
elas são normalmente causadas por não-disjunção. Monossomia autossômicas são quase sempre letais, mas
algumas trissomias autossômicas são compatíveis com a sobrevivência.
TRISSOMIA do 21
A
trissomia do 21, que causa a síndrome do Down, é a aneuploidia autossômica mais
comum vista entre nativos. Os problemas mais significativos incluem retardo
mental, obstrução do trato gastrointestinal, defeitos cardíacos congênitos,
infecção respiratória e leucemia. O cromossomo 21 extra é de origem materna em
aproximadamente 90% dos casos. Mosaicismo é visto em 2 % a 4% dos casos de
síndrome de Down, e é freqüentemente acompanhado de um fenótipo mais brando. Os
genes especificos que contribuem para o fenótipo da síndrome de Down estão
sendo atualmente identificados.
TRISSOMIA do 13 e 18
Síndrome
de Edwards é segunda mais comum, possuem em deficiência no crescimento
pré-natal, características faciais peculiares e uma anomalia distinta das mãos
que freqüentemente permite ao medico fazer diagnostico inicial.
As
trissomias dos cromossomos 13 e 18 são algumas vezes compatíveis com a
sobrevida a termo, embora 95% ou mais do fetos afetados sejam abortados
espontaneamente, essas trissomias são muito menos comuns ao nasciemnto do que a
trissomia do 21, e elas possuem um fenótipo mais seriamente afetado, com 95% de
mortalidade durante o primeiro ano de vida, assim como na trissomia do 21,
existe um efeito da idade materna, e a mãe contribui com o cromossomo extra em
aproximadamente 90% dos casos.
TRISSOMIAS, não-disjunção e Idade
Materna
Quase
todas as trissomias autossômicas aumentam com a idade materna como resultado de
não-disjunção em mães mais velhas, existem poucos evidencias de um efeito da
idade paterna sobre a não-disjunção em homens.
Monossomia do Cromossomo X (síndrome de
Turner)
A
síndrome de Turner é mais comumente causada por um cariótipo 45,X. embora esse
distúrbio seja comum à concepção, ele é relativamente raro entre nativivos,
refletindo uma taxa muito alta de abortos espontâneos, o mosaicismo, incluindo
o mosaicismo plancentario confinado, parece aumentar a probabilidade de
sobrevida a termo.
Síndrome de Klinefelter
Os
homes com síndrome de Klinefelter (47,XXY) são mais altos do que a media, podem
ter uma redução no QI e são normalmente estéreis, a terapia com testosterona e
a mastectomia para ginecomastia são algumas vezes recomendadas.
TRISSOMIA do X e Sindrome 47,XYY
Os
cariótipos 47,XXX e 47,XYY são vistos em cerca de 1/1.000 mulheres e homens,
respectivamente. Cada um envolve uma leve redução do grau do QI, mas poucos
problemas físicos
Bibliografia
JORDE, L.B.,
CAREY, J.C., BAMSHAD, M.J., WHITE, R.L. Genética Médica .
3 a . ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2004.
Desenvolvido por:
Márcio
André Maciel
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