domingo, 31 de março de 2013

Os melhores pregadores sempre foram aqueles que conseguiram aliar a lógica à emoção.



"Os casos de adesão exclusivamente intelectual ao protestantismo, passando pelo convencimento da “verdade” protestante em relação à “falsidade” católica, não foram raros. Esta epistemologia comparativa foi muito usada pelos missionários e pregadores nacionais e se fez presente nos seus sermões e cânticos sagrados adaptados no Brasil e na América Latina. A pregação doutrinária, pedagógica, às vezes de um racionalismo muito acentuado, tem sido historicamente o forte dos púlpitos protestantes. Contudo, o elemento emocional da teologia perennis percorria caminho mais rápido na adesão das pessoas ao protestantismo. Os melhores pregadores sempre foram aqueles que conseguiram aliar a lógica à emoção.
A mensagem das missões protestantes, fosse conversionista ou doutrinária, objetivava sempre uma “mudança de mente” e uma “mudança de vida”, o que equivalia à substituição de valores tradicionais por novo padrão de cultura, resultando num forte distanciamento do mundo circun­dante. Este mundo era o lugar do pecado, do erro, antagônico, portanto, ao universo da “verdade” que o converso passava a aceitar. Ora, toda a responsabilidade pelo “erro” cabia ao ensino e à prática da Igreja Católica. Assim afirmavam os missionários nas suas mensagens e nos hinos que ensinavam aos seus adeptos."

Muito bom...
 
Trecho de:

O movimento ecumênico no século XX – algumas observações sobre suas origens e contradições
Por: Antonio Gouvea Mendonça