"Os casos de adesão exclusivamente intelectual ao
protestantismo, passando pelo convencimento da “verdade” protestante em relação
à “falsidade” católica, não foram raros. Esta epistemologia comparativa foi
muito usada pelos missionários e pregadores nacionais e se fez presente nos
seus sermões e cânticos sagrados adaptados no Brasil e na América Latina. A
pregação doutrinária, pedagógica, às vezes de um racionalismo muito acentuado,
tem sido historicamente o forte dos púlpitos protestantes. Contudo, o elemento
emocional da teologia perennis percorria caminho mais rápido
na adesão das pessoas ao protestantismo. Os melhores pregadores sempre foram
aqueles que conseguiram aliar a lógica à emoção.
A mensagem das missões protestantes, fosse
conversionista ou doutrinária, objetivava sempre uma “mudança de mente” e uma
“mudança de vida”, o que equivalia à substituição de valores tradicionais por
novo padrão de cultura, resultando num forte distanciamento do mundo circundante.
Este mundo era o lugar do pecado, do erro, antagônico, portanto, ao universo da
“verdade” que o converso passava a aceitar. Ora, toda a responsabilidade pelo
“erro” cabia ao ensino e à prática da Igreja Católica. Assim afirmavam os
missionários nas suas mensagens e nos hinos que ensinavam aos seus adeptos."Muito bom...
Trecho de:
O
movimento ecumênico no século XX – algumas observações sobre suas origens e
contradições
Por: Antonio Gouvea Mendonça
Por: Antonio Gouvea Mendonça